sábado, 26 de fevereiro de 2011

Crônica cor

Crônica cor

Abra a janela e veja
a rua
E veja os prédios e note
que ela não é sua
Veja a coisa pública
A pudica faixa de ônibus
E os ônibus, seus donos
E veja o cinza dos prédios,
do céu, dos véus
Onde as meninas,
suas saias e sandálias
vermelhas, verdes, azuis...
Desafiam petulantes
O cinza que nos esmaga
Desafiando a crônica cor
amarga
Pontos de luz anti-monomania
Fume o cigarro amargo
Beba o café amargo
Livre de todos os encargos
Vista a blusa
e pinte também a calçada
A rua não é sua
Por ser ela viva
É carne e é crua
 

0 comentários:

Postar um comentário