segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Às Ruas

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Às Ruas
Andei perdido entre
as letras
Procurava-as aqui
e acolá
Encaixava-as a
Palavriar
Buscava o sentido
Compreendia e perdia
Perdia o tempo
Perdia o dia
O sentido só é
quando é sentido
Volto às ruas
Plenas de confusão
As panelas às mãos
A história aos pés
Não falo.
Grito
Não compreendo.
Sou
Movimento

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Deitas

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Deitas

As horas viraram barro
duro e sujo
de um marrom defeituoso

Cercaram praças, fados,
jardins, pomares e tudo
Cercaram o som, o novo

Cercaram a cama e o quarto
Mas teu hálito cobriu-me mudo
Como se fora casca, feito ovo

Realizo(-me) em ti teu corpo
e meu sonho
Sou carne, ossos, pelo, suor

O barro derrete
Funde-se estranho
É cerâmica secando ao sol

domingo, 14 de novembro de 2010

O Tempo e a Reza

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O Tempo e a Reza

O tempo é a cadeira
da gente
Da gente 
que anda esperando
sentada
Que anda
sentada ou curvada
Cabeça abaixada
Chão duro, a
esperança dobrada
Multiplicada 
ou subjugada
A gente esperando
sentada
Anda
de cá pra lá e
reclama calada
o dia derradeiro
do último desespero

As nuvens

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As Nuvens

Sobre ler Maiakovski

Restou-me invejar
O poeta da camisa amarela
Que carregava estampada em
Vermelho a quebra
do quotidiano

Restou-me invejar
A sabença da visão aquarela
Que pintava alva nuvem
Sendo plena a querela do fim
do quotidiano

Falar de nuvens em
Meio a mudança dos planos
Falar das sempre brancas
Nuvens, no romper
do quotidiano